A artesã Márcia Pires, de 50 anos, faz bonecas para ajudar a pagar o tratamento do filho Marcos Vinícius Pires, de 26 anos, que é portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença que atinge o sistema nervoso de forma progressiva e degenerativa.

Mãe solteira, a artesã tem outro filho e costumava vender as bonecas em uma feira de Goiânia, mas teve de interromper as idas ao local por causa da pandemia. Com isso, a renda da família, que mora na Vila Mutirão, ficou ainda menor.

Márcia recebe o auxílio-doença do filho, de um salário mínimo, valor que não é suficiente para bancar os custos mensais, que giram em torno de R$ 2 mil.

Artesã faz bonecas para pagar tratamento do filho doente, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

São gastos com medicamentos e produtos de higiene, além de contas altas com água e energia, já que Marcos Vinicius usa equipamentos que dependem de energia elétrica, incluindo o respirador.

“É muito triste, eu choro muito e peço a Deus para iluminar um jeito para nós, porque essa doença é muito cara”, afirma Márcia.

Marcos Vinícius foi diagnosticado com ELA aos 16 anos de idade. Desde então, a vida da família mudou.

“Começou repuxando as mãos, os pés, e não estava dando conta mais de andar. Ele estava terminando os estudos, não deu para terminar, ele estava no primeiro emprego dele, como empacotador em um mercado”, conta a mãe.

Dom

A artesã produz bonecas de R$ 40 e R$ 50, além de porta sacolas e porta papel higiênico, de R$ 25 cada. Apesar das dificuldades que vem enfrentando, Márcia agradece pelo dom que tem nas mãos.

“Sentimento de gratidão, sou muito grata a Deus por ter me dado essa profissão, ter me dado essa inteligência de fazer essas bonecas”, diz.

Boneca feita pela artesã Márcia Pires, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera